Conheça a primeira fabricante de cimento no Brasil, que marcou a construção civil e a industrialização, mas sofreu com crises financeiras, políticas e trabalhistas
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Foto: Leeroy Agency/Pixabay |
Neste post, você vai conhecer os principais fatos e curiosidades sobre a Cimentos Portland Perus, a primeira fábrica de cimento portland do Brasil, que funcionou de 1926 a 1987 em Perus, na zona noroeste de São Paulo. A empresa teve um papel fundamental na construção civil e na industrialização brasileira, mas também enfrentou crises financeiras, intervenção federal e conflitos trabalhistas. Se quiser se aprofundar ainda mais nessa história, não perca o lançamento do nosso minidocumentário, que será lançado em breve no YouTube! Inscreva-se para ser notificado.
A Cimentos Portland Perus foi fundada em 1924 por um consórcio entre o grupo canadense Drysdale & Pease e sócios brasileiros, sendo o primeiro presidente da companhia o político Sylvio de Campos. A empresa se instalou em Perus por causa da proximidade com as jazidas de calcário, a ferrovia que ligava o Porto de Santos ao interior paulista, a usina hidrelétrica do grupo Light e o mercado consumidor da capital. A fábrica foi inaugurada em 26 de junho de 1926, com a presença do presidente da República Washington Luís e outras autoridades.
A empresa foi responsável por fornecer cimento para obras como o Estádio do Pacaembu, o Edifício Altino Arantes, o Monumento às Bandeiras, o Edifício Copan, o Parque Ibirapuera e o Museu de Arte Moderna, entre outras. A fábrica também foi cenário de importantes acontecimentos sociais, políticos e culturais, como a greve dos operários em 1962, a resistência à ditadura militar nos anos 1970 e a criação do grupo teatral União e Olho Vivo em 1972. Além disso, a empresa foi pioneira na implantação de um sistema de previdência social para os seus funcionários, em 1934.
Em 1951, a Cimentos Portland Perus foi vendida para o Grupo JJ Abdalla, que enfrentou problemas financeiros e fiscais nos anos seguintes. Em 1964, José João Abdalla teve seu mandato de deputado cassado por corrupção. Em 1965, descobertas sobre as práticas fraudulentas do Grupo Abdalla levaram à abertura de um inquérito que averiguou, em 1969, que todas as 32 empresas não recolhiam quaisquer impostos. Em decorrência disso, em 1973, a empresa foi declarada falida e sofreu intervenção federal. Em 1974, a fábrica, as pedreiras e a ferrovia foram confiscadas pela União. Em 1979, parte das terras da empresa foi usada para criar o Parque Anhanguera e o Aterro Sanitário Bandeirantes. Em 1987, a fábrica encerrou definitivamente suas atividades.
Desde então, os moradores de Perus lutam pela preservação da memória da empresa e pela recuperação do patrimônio histórico e cultural da região. Atividades culturais, como este roteiro do Sesc São Paulo, fazem parte dessa estratégia de resistência e valorização da identidade local. O roteiro inclui uma visita à fábrica desativada, à estação ferroviária de Perus e ao Memorial da Resistência.
Se você ficou interessado em saber mais sobre essa história fascinante, não deixe de se inscrever em nosso canal no YouTube, para não perder o lançamento do nosso minidocumentário sobre essa companhia histórica. Nele você vai descobrir tudo sobre a Cimentos Portland Perus além de histórias sobre outras empresas que marcaram o cenário dos negócios brasileiro.
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Até a próxima!